Cardoso Júnior

30 de mar de 2016

O Clube - Chile - 2015.

Atualizado: 16 de ago de 2020

Vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Berlim 2015, indicado ao Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro e candidato pela Espanha ao Oscar 2016, é uma enfiada de agulha na mais dolorosa chaga da Igreja Católica: A pedofilia.
 

 
Muito mais forte e muito mais direto que o vencedor do Oscar “Spotlight”, não busca subterfúgios para abordar o espinhoso tema. Bota o dedo na ferida e diz: É assim!
 
E, não podia esperar outro enfoque em se tratando do diretor Pablo Larraín (NO), bem menos comercial e bem mais contundente nos temas que aborda.
 

 
Focar a narrativa dentro de um “retiro espiritual” que está mais para uma “prisão domiciliar” e enquadrar os meliantes protegidos pela Igreja e ainda permitir-lhes a defesa dos crimes cometidos, é ousado para não escrever audacioso.
 

 
Acertadamente, já que o tema transita entre o abominável e o execrável, a direção opta por imagens mais escuras, duras e áridas. Não há um só instante de beleza estética em “El club”, enquanto a força do roteiro repousa nos diálogos fortes de uma explicitude que pode chocar; e choca.
 
#Oclube” não pretende se fazer agradável aos olhos e a moral, já que seria hipócrita acrescentar qualquer tom mais suave na sujeira espelhada.
 

 
Com interpretações realmente chocantes, “O clube” é a arte de fazer arte mostrando o lúgubre; o que não é menos arte em nenhuma concepção artística.

TRAILER


 

#AméricadoSul #Análise #Oscar2016