Cardoso Júnior

27 de nov de 2015

LOVE- França -2015.

Atualizado: 15 de ago de 2020

Falar sobre sexo, geralmente, costuma ser algo que pode constranger algumas pessoas. Aqui, não entendemos tal “desconforto” uma vez que sexo é algo que todos fazem, fizeram, farão e, é muito bom além de fazer bem pra saúde. Felizmente, o diretor Gaspar Noé's, livrou-se de todos os pré-conceitos e ousou falar filmicamente do tema desprovido de qualquer pudor nas imagens. E, justamente na cena de abertura fica claro o aviso: Se você, seja homem ou mulher, nunca protagonizou em sua vida uma cena igual, várias vezes, levante-se da cadeira e procure um divã.
 

 
Nós ficamos para constatar que o roteiro em muito se distancia do ótimo “Ninfomaníaca” do Lars Von trier que preferiu tratar dos “desvios” enquanto aqui, a narrativa desloca-se para questões do tipo: amor e sexo e na gama de “conflitos” que a mistura ou a combustão dos dois elementos podem reagir positiva ou negativamente dentro de uma relação. Qual seria mesmo a proporção certa entre sexo, amor e desejo?
 

 
Caso o expectador não faça parte do clube do “pecado”, e já tenha compreendido que as questões abordadas fazem parte do natural cotidiano humano, conseguirá ir acompanhando os sentimentos e as angústias que movem os personagens com mais interesse que a manipulação de genitais.
 

 
No caso de conseguir esse tipo de “abstração” será possível notar que a trilha sonora (pop-clássica), chega em uníssono aos sentimentos e que a fotografia puxada para o vermelho corrobora com a intenção - quase adolescente e adulta também- de buscar o amor perfeito; aquele onde desejo e sentimentos se complementam.
 

 
Até este ponto, roteiro e atuações vão aproximando-se de “azul é a cor mais quente” no que tange a busca do equilíbrio entre amor e prazer. Mas só até aí!
 
Na sequência, o pseudo discurso se desconstrói sozinho revelando a cobertura e o interior de algo meramente hedonista.
 

 
Por alguma razão inexplicável, talvez meramente comercial, a direção opta pelo recurso 3D buscando uma ampliação e profundidade que banaliza a proposta de forma evidentemente apelativa e desnecessária, insiste e persiste nas cenas de sexo com um “timing” lento e explícito de mais desviando-se do que poderia ser um interessante estudo sobre amor e desejo descambando para uma atualização do manual do kamasutra.
 
Cinema que perde o tema é uma pena e, “Love”, se torna desnecessário!

TRAILER

#Europa #Análise