Cardoso Júnior

20 de out de 2015

Filha da Índia- Inglaterra- 2015.

Atualizado: 15 de ago de 2020

Documentário da BBC de Londres sobre um dos fatos mais brutais e estarrecedores que tomou conta da mídia em 2012, (estupro coletivo sofrido por uma jovem estudante de medicina que faleceu em virtude dos ferimentos), é algo revoltante de se ver.

Não que o documentário mostre o fato em si, e sim, pelos depoimentos e pelos protestos que ecoaram em multidões por toda a Índia pelo direito das mulheres. Todos os aspectos abordados no trabalho são, no mínimo, aterradores para uma mentalidade ocidental como a nossa. O desprezo, o descaso e a condição humilhante da mulher na sociedade indiana, é algo tão pouco sabido como impensável.
 

 
O que nos saltou aos olhos foi o paradoxo de uma nação considerada a 4ª maior economia mundial, ter ainda 80% de sua população vivendo abaixo da linha da miséria.
 
E, é esta (miséria), acoplada a costumes machistas que propicia à mulher uma condição de subserviência praticamente impossível de ser modificada.
 

 
Com a chamada modernidade chegando a este país e, com mulheres tentando integrar-se nela, é nítido o esforço masculino para repelir o sexo feminino à condição de escrava submissa sem direito a vontade alguma. Horripilante.
 
Montado no formato de entrevistas com pessoas diretamente envolvidas no caso, somos esbofeteados com declarações do tipo: “ Qualquer mulher que resiste a violação, como a vítima fez, está implorando para ser assassinada”. Abjeto!
 

 
Proibido em toda Índia, e retirado de quase todas as formas de visualizações, ficamos aqui torcendo para que Meryl Streep tenha força para indicá-lo a concorrer a melhor documentário no Oscar 2016, permitindo que o mundo retorne o pensamento para tamanha brutalidade e que a Índia, descubra uma forma humana de lidar com a justa emancipação de suas mulheres nos tempos modernos.
 

 
Embora tenhamos achado o trabalho um tanto quanto “encaixotado”, indo de uma entrevista para outra, a relevância do assunto merece alcançar patamares reflexivos que produzam modificações urgentes.
 
Eis uma obra avassaladora e urgentíssima para um mundo mais justo.

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#Europa #Análise