Cardoso Júnior

14 de jun de 2015

Amores Brutos- México - 2000.

Atualizado: 14 de ago de 2020

Com um roteiro muito além de inteligente que transita entre três núcleos distintos para, no final, se interligar com uma costura coesa, utiliza-se de relações entre humanos e cães para falar sobre, ainda que não saibamos, o quanto estamos conectados e interligados a pessoas desconhecidas.
 

 
Com uma narrativa não linear, ainda assim, faz um mergulho completo e profundo na vida de cada personagem utilizando-se de uma câmera que nos coloca como acompanhantes dos dramas pessoais (mesma técnica- câmera de Birdman), provocando interesse máximo no desenvolvimento e no entrelaçamento de vidas tão díspares.
 

 
Centrado na Cidade do México, tem no dinamismo cênico desprovido de lirismos e melodramas, situações extremadas onde pessoas de diferentes padrões culturais, se interligam conosco através de interpretações naturalistas e brilhantes de todo elenco através de cortes precisos e de uma trilha sonora que pontua a perfeição os momentos de clímax.
 

 
Amores perros é bruto sem ser brutal e, é exatamente este o ponto que o torna genial; pela força do mistério que implanta a curiosidade que nos leva com facilidade ao final. O enfoque sobre vários tipos de amores que não se controlam, ou melhor, se descontrolam, somado ao trânsito pela teoria dos “6º de separação”, mexe com a irônica linha do destino e nos deixa perplexos além da subida dos créditos.
 

 
Por tratar-se de obra que não envelhece - por conta do estilo e das questões - por certo, insere-se na galeria dos clássicos.
 

 
“Porque também somos o que perdemos.”

TRAILER

#AméricadoNorte #Análise